Estranho (feat. Lau God Dog)

É estranho é, 'tar julgar capa do livro
É estranho é, gabar o que eu já tive
É estranho é, eu a correr pra o cliff
A estranheza há-de chegar ao teu ouvido

Nem estranho é, 'tar a julgar a capa do livro
Vim bater o pé mais que o Roberto Carlos antes do livre
Já no ISCTE corria o rumor de eu passar weed
2013 larguei a Lisa e fiquei liso
Que é estranho é, vê-los gabar o que eu já 'tive
Tipo Móises, 'tou a abrir águas sem motivo
Memo a veres tenho a gula de acabar escondido
A enterrar os pés numa praia feita de kief
É estranho vê, eu a correr p'ro próximo cliff
Sem hanging, a antever um novo vicio
Tipo Bublé tou cá em Dezembro como prometido
P'ra limpar cash, quando o Corona o permitir
É estranho né? Nem te chegar ainda ao ouvido
Um cliché 'tarem a pisar o que tenho comido
Oh God damn e se eu puser o Lau no beat?
Só p'ra veres que há meio-Deus aqui comigo

E meio cão mas com o olho que observa sem parcelar
E porque não olhar a sério para o que outros tendem estranhar
Com a noção de que o cemitério assombra qualquer altar
É estranho e estranho seria ser estranho e eu não estranhar
O que é mais estranho é estranheza
Tudo o que é normal eu estranho
Eu só tenho uma certeza
O que é estranho é não ser estranho
Toda a casa, toda a mesa
Toda a carne feita banha
Toda a mente e a frieza
Com que encara o que não estranha
Venho de mundos à parte ou esse mundo à parte é teu
Tenho mundos feitos arte e cada mundo é osso meu
E o tempo que há de enfeitar-te com rugas matou o Leo
Tem ventos que hão de gravar o nome do LAU no céu
E o véu que veste a verdade, visito-o com o meu avô
E toco-o, modéstia à parte, com honras quem eu sou
E penso, quando ela parte, tu volta que atrás não vou
E estranho é estar a cantá-la com o corvo do Allen Poe

É estranho é, 'tar julgar capa do livro
É estranho é, gabar o que eu já tive
É estranho é, eu a correr pra o cliff
A estranheza há-de chegar ao teu ouvido

Cuspo dardos envenenados pela cortina do palco
Escolho a dedo e apago rappers que são afamados
Sem fair-play, trago p'rai uns 5 apitos dourados
Sem roleplay, vou foder o plano destes coitados
Flow frio de uma alma quente, como é que eu tenho estado?
Em qualquer sala que eu entre 'tou a foder o termostato
Risos constantes na minha mente e eu vim aquecer o prato
Parte do teu figado vai dentro do meu arroz de pato
90 % que sente o que tento não capta o que transmito
A tua mente entende que sou crente, boy, é o meu destino
Até de venda entendes que a lenda tem um lema
E que qualquer esquema que tenha cena é um problema onde tou envolvido
Vim foder a sanidade sem ser Yog-Sothoth, não pode
Num deserto de arte 'tou de Eristoff no copo e pote
À espera que me paguem pelo fogo no bloco e posso
Escapar p'ra marte e deixar troco no cofre

É estranho é, 'tar julgar capa do livro
É estranho é, gabar o que eu já tive
É estranho é, eu a correr pra o cliff
A estranheza há-de chegar ao teu ouvido



Credits
Writer(s): Unknown Unknown, Afonso Jose Vieira Da Silva
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