Vidros

Bombas do além
repartindo lados
que vêm a romper o som
de um dia febril
Marcha a flanar
marca d'água no pé do olhar
ergue a mão ao céu
e se joga no mar
De rostos tão foscos
que não têm memórias
nem histórias
Só são rostos
arrochos que não vêem
a cada choro, cada voz: alguém
Tudo tão bem
tudo em paz
não se vê ninguém
cada rua é um monumento fatal
Pipas no ar
cortam as asas
nem pra planar
todo o centro é mais uma nuvem que vem e vai
e longe o céu se esvai
Abrigos
fugidos sem queixar
e o olho do poder que vai subindo
em vidros a quebrar a naturalidade do meu lar
Ouçam os gritos, chamados
que são ouvidos na rua atrás
não é fácil ser mais
Ouçam os gritos, gemidos
que são sentidos, as marcas tais
não é fácil ser mais



Credits
Writer(s): Eduardo Rangel, Diogo Sarcinelli
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