F de Força na Insegurança

Nunca me via nisso, eu não me via fixo
Ver o meu nome um sufixo ia dar prejuízo
E para juiz é isso, mas juízo é prefixo
E preferia não viver vida de arguido
E até nem era por não crer em relações
Em relacionamentos sérios eu mantive as intenções
E essas emoções quimera que em mim eram invasões
Vaticínios que eu imponha empenhado nas missões
Mas, concluídas essas missões
Despia a capa das perfeições
E apercebia das ilusões
Em que escondia as escoriações

Não, não me ponhas mais essa vida não
Não quero essa mais essa vida não

Mas lentamente vi, claramente lento mesmo
Que essa vida sendo minha tinha belo feio meu cá dentro
E que essa vida sendo minha
Só tinha com alguém vida
Se mostrasse o que escondo sempre

Não me escondo mais então
Essas falhas não são em vão

E nunca mais pensei guarda
Quando te vi deslumbrada
Ao veres para lá desta muralha
A altura até ao chão
A derrocada que avistavas
Era melhor verdade
E só te queria na mansarda
A vida num serão
Quanto mais te conheci
E via o acesso exclusivo para mim
A fragilidade que transparecia
Logo o meu crânio eu entorpeci
Tinhas sempre esse sorriso
E isso para mim era um motivo
Conversas sem um som emitido
Nesses teus olhos os meus vivo
Nesse azul eu vi-me em paz
O meu reflexo tanto me apraz
Ver me despido não menos capaz
Sentir me seguro sem rede por baixo
Desse lado vivias honesta
A fragilidade em cada aresta
A insegurança não te amoesta
Brilha essa força que ninguém contesta
Ninguém contesta

Não me tires mais essa vida não
Não me tires mais essa vida não

Claramente vi e já não foi assim tão lentamente memo
Que a vida não é minha desde que deixei entrares cá dentro
E que essa vida sendo minha
Só tinha mesmo essa vida
Se te mostrasse o que escondo sempre

Não me escondo mais então
Essas falhas não são em vão



Credits
Writer(s): Carlos Alves
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