Máquina de Traumas
Diga lá Reyynam!
Salve Maca!
Psicologicamente, eu não estou bem
O sistema fodeu o meu sistema
"Relatos da Guerra Preta"
Disparam petardos em nossas cabeças, Maca
Sobrevivência é uma arte
Não subestimem as estratégias de uma mãe preta:
-"Filho pega o documento"
Um coro, um reza, uma voz, um lamento
Me entregam RG e as notas fiscais
Como se fossem amuletos contra policiais que mata, e mata mesmo
Vermes truculentos de mente atrofiada.
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Wall
Eu!
Sem acesso a creches, sem bonecas pretas
Crianças crescem em famílias desoladas
Sem acesso a arte, sem lugar pra paz,
informação sempre chega atrasada demais
Trabalho análogo a escravidão
Sem o dim do pão, arroz e feijão,
Educação sucateada
"Senzala moderna é o quartinho da empregada"
(salve Rara)
É o quartinho da empregada...
Madrugadas no breu
Na quebrada além de Deus,
há solidariedade
Revezando nas filas da matrícula,
Na guerra infinita por oportunidade
Estuda pra ser alguém na vida
As filas chegam e permanecem desiguais
Pra matar o tempo,
velhas matérias em novos jornais
No país do caso isolado:
"Caso do homem errado"...
Mas só pra não criar caso
Colocam como culpado
Associam ao narcotráfico
Forjando o flagrante
E na tv: "mostra a cara desse meliante! "
É traficante?
Os 12 da chacina do Cabula
É traficante?
As 12 criancinhas lá do Rio
É traficante?
Os 09 de Paraisópolis
Veja,
É o "Genocídio do Negro no Brasil"
Reyynam,
nossa mente está blindada
Se a máquina Brasil é de traumas
Nossa vacina trouxemos da África
Pra proteger o corpo preto
no país partido ao meio
Manter-se com respeito
Não deixar de ser inteiro
Andar de cabeça erguida
Entre flores e morteiros
É preciso estar atento
aos inimigos verdadeiros
No golpe bater forte
Na esquiva ser ligeiro
Debaixo da pele preta
Ter a alma de um guerreiro
Elo que não se rompe
Aço inox resistente
Corrente que não quebra
Seta que se orienta
Chama que não se apaga
Brasa que se movimenta
Sai!
Com black ninguém pode!
Com preto ninguém guenta!
Vidas negras importam pra quem?
Os nossos corpos na tv lhe entretém.
Escuta essa: antirracista branco é só conversa
Posta tela preta, no fundo não presta
Na primeira oportunidade vai te confundir.
Ele tinha um black power, tinha tatuagem...
"só pode ser 'menino bom'"...
Pois é, "só pode ser menino bom!"
Pretas preteridas até pelos seus
Desde o cabelo, o tom, nariz e os lábios
Será que ser negro é o que diz o dicionário?
Cê tá precisando mesmo é trocar de dicionário
Minha Retórica é afrodiaspórica
Pois é, Aurélio, meu espelho não está em você.
Cresci ouvindo que palavras tem poder.
Aquilombe-se!
Aquilombe-se!
Para além das tranças nas encruzas dança
Reaja ou morra
Reaja agora
Para além das tranças nas encruzas dança
Reaja ou morra
Reaja agora
Minha rima é rumo a uma outra rota
É no sarau que brota minha autoestima
Não sou artista analgésico
Então serei a porra da vacina
Contemplem a minha face
E as meninas dos meus olhos
Eu sou cheio de amor, pra dar
Mas, também sou cheio de ódio
É que eu fui pego em flagrante
Traficante de palavras
Foi fazendo "Arte na Praça" irmão
Que curamos várias almas
Eu fui pego em flagrante
Traficante de palavras
Foi fazendo "Arte na Praça"
Que curamos
Várias almas.
"Não foi por medo de avião que apertei aquela vez a tua mão" preta.
Sirenes me causam calafrio
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
O sistema fodeu o meu sistema.
Salve Maca!
Psicologicamente, eu não estou bem
O sistema fodeu o meu sistema
"Relatos da Guerra Preta"
Disparam petardos em nossas cabeças, Maca
Sobrevivência é uma arte
Não subestimem as estratégias de uma mãe preta:
-"Filho pega o documento"
Um coro, um reza, uma voz, um lamento
Me entregam RG e as notas fiscais
Como se fossem amuletos contra policiais que mata, e mata mesmo
Vermes truculentos de mente atrofiada.
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Wall
Eu!
Sem acesso a creches, sem bonecas pretas
Crianças crescem em famílias desoladas
Sem acesso a arte, sem lugar pra paz,
informação sempre chega atrasada demais
Trabalho análogo a escravidão
Sem o dim do pão, arroz e feijão,
Educação sucateada
"Senzala moderna é o quartinho da empregada"
(salve Rara)
É o quartinho da empregada...
Madrugadas no breu
Na quebrada além de Deus,
há solidariedade
Revezando nas filas da matrícula,
Na guerra infinita por oportunidade
Estuda pra ser alguém na vida
As filas chegam e permanecem desiguais
Pra matar o tempo,
velhas matérias em novos jornais
No país do caso isolado:
"Caso do homem errado"...
Mas só pra não criar caso
Colocam como culpado
Associam ao narcotráfico
Forjando o flagrante
E na tv: "mostra a cara desse meliante! "
É traficante?
Os 12 da chacina do Cabula
É traficante?
As 12 criancinhas lá do Rio
É traficante?
Os 09 de Paraisópolis
Veja,
É o "Genocídio do Negro no Brasil"
Reyynam,
nossa mente está blindada
Se a máquina Brasil é de traumas
Nossa vacina trouxemos da África
Pra proteger o corpo preto
no país partido ao meio
Manter-se com respeito
Não deixar de ser inteiro
Andar de cabeça erguida
Entre flores e morteiros
É preciso estar atento
aos inimigos verdadeiros
No golpe bater forte
Na esquiva ser ligeiro
Debaixo da pele preta
Ter a alma de um guerreiro
Elo que não se rompe
Aço inox resistente
Corrente que não quebra
Seta que se orienta
Chama que não se apaga
Brasa que se movimenta
Sai!
Com black ninguém pode!
Com preto ninguém guenta!
Vidas negras importam pra quem?
Os nossos corpos na tv lhe entretém.
Escuta essa: antirracista branco é só conversa
Posta tela preta, no fundo não presta
Na primeira oportunidade vai te confundir.
Ele tinha um black power, tinha tatuagem...
"só pode ser 'menino bom'"...
Pois é, "só pode ser menino bom!"
Pretas preteridas até pelos seus
Desde o cabelo, o tom, nariz e os lábios
Será que ser negro é o que diz o dicionário?
Cê tá precisando mesmo é trocar de dicionário
Minha Retórica é afrodiaspórica
Pois é, Aurélio, meu espelho não está em você.
Cresci ouvindo que palavras tem poder.
Aquilombe-se!
Aquilombe-se!
Para além das tranças nas encruzas dança
Reaja ou morra
Reaja agora
Para além das tranças nas encruzas dança
Reaja ou morra
Reaja agora
Minha rima é rumo a uma outra rota
É no sarau que brota minha autoestima
Não sou artista analgésico
Então serei a porra da vacina
Contemplem a minha face
E as meninas dos meus olhos
Eu sou cheio de amor, pra dar
Mas, também sou cheio de ódio
É que eu fui pego em flagrante
Traficante de palavras
Foi fazendo "Arte na Praça" irmão
Que curamos várias almas
Eu fui pego em flagrante
Traficante de palavras
Foi fazendo "Arte na Praça"
Que curamos
Várias almas.
"Não foi por medo de avião que apertei aquela vez a tua mão" preta.
Sirenes me causam calafrio
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
Máquina de traumas!
O sistema fodeu o meu sistema.
Credits
Writer(s): Carlos Vilas Boas, Jairo Pinto, Nelson Maca, Reyynam Poeta
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