Cinza Etérea

É cinza no brilho, é cinza em mim
Afasta do trilho, de quem queima benigno
É cinza no brilho, é cinza se queres
Encontra-la no ar, o brilho não vai vingar

O mundo dá-te vida de vilão
Hipóteses de remorso sem um colo e salvação
Nomeado no pódio de um padrão
Algemado tendes ser?
Confia no teu viver
Caminhantes num caminho de desilusão
Imagina o que é sair da porta e colisão
A vida é feita de cenas mas em vão
Esperança não é sofrer
Pensa no que reviver

Assim predominas
Ódio não precisas
Desfruta o que brilhas
Aceita valor
Nada arruína
Se o nada domina
Procura o que abriga
Notório da dor

É cinza no brilho, é cinza em mim
Afasta do trilho, de quem queima benigno
É cinza no brilho, é cinza se queres
Encontra-la no ar, o brilho não vai vingar

Enquadrado naquilo em que me implicas
Saudade do passado poucos ficam
A filtrado a pouco te dedicas, nulo valor
O esconderijo nunca dura, ficas?
Ou vens comigo ver do que abdicas
Aventuras perdidas simples explicam, o que tiras cor

O céu é o teu limite, mas ainda podes ir ao espaço
Expande o infinito, o infinito eu ultrapasso
Por vezes memórias não saem do embaraço
E por fim tonalidades não se curam com bagaço
Em orgulho tens
O que deténs
Novo esmigalhar
O que és
O que foste
Podes modificar
Memórias alteradas
Podem-te cimentar
Nunca vi-te discordar

É cinza no brilho, é cinza em mim
Afasta do trilho, de quem queima benigno
É cinza no brilho, é cinza se queres
Encontra-la no ar, o brilho não vai vingar