Exasperada

Teu vestido preto quer enverdecer
Teu cabelo preso quer estremecer
Ao cair da tarde pro olhar dos homens
E então resplandecer, dançar

Tua boca triste, quer frutificar
Quer se intumescer nos sumos da paixão
Morder, aí beijar a boca infinita da ilusão

Teu carinho em garra deseja se abrir
Como rosas tontas de exasperação
Num jardim secreto pro olhar de um homem
E rejuvenescer, tocar

Tua dor no ventre quer ser diferente
Da que no passado te lançou ao chão
Chorando ao ver os dentes mortais da solidão

As dores que há vão se transformar em tudo que dói
Porque quer e a mais lancinante de todas as dores
Em teu reviver, nascerá sem nome
Pra crescer enorme e se chamar prazer

Nascerá sem nome
Pra crescer enorme e se chamar prazer



Credits
Writer(s): Aldir Blanc Mendes, Carlos Althier De Souza Lemos Escobar
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