Mergulho

Registro cada detalhe do que imagino nessa pintura
Levitando sobre um tom pastel na trilogia dessa tortura
A liberdade em preto e branco, pois é passado e sinto falta
Hanekiano em cada plano, remouriano em cada faixa
Lá fora chove, mas não me molho
Eu me camuflo em cada esquina
Desapontado com essa mesmice, parece até produção fordista
Eu penso muito em cada obra, por isso demoro pra lançar algo
Em quatro anos sou Raphael, levo a vida toda pro abstrato
Sou como um peixe velho e abissal procurando sempre por um tesouro
No escuro do meu inconsciente mergulho sem medo esperando o novo
Buscando marcas dos antepassados que me avisaram pra desistir
Descontar em álcool e mais cigarros é o jeito mais fácil de persistir
As cenas mais lindas são retratadas
Pelo olhar cansado de um personagem
Que eu mesmo escrevo, aplaudo e vivo
Quase um outro eu, sofrimento antigo
Nas entrelinhas mais profundas me declaro arrependido
Pouca gente entende, escrevo tão hermético e morrerei sendo patético



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