Demoníaca a vida doía

Ele tinha uma grandeza
Demoníaca
A sua força sangrava
Tinha dentro de si a dura semente do mal
Do mal

Gostava de se vingar
Esse era seu grande prazer
E o que lhe dava força de vida

Ele tinha uma grandeza
Demoníaca
A sua força sangrava
Ela sabia o que era o desejo
Embora não soubesse que sabia

Era sim, ficava faminta, mas não de comida
Era sim, um gosto meio doloroso que subia
Subia do baixo ventre
Arrepiava o bico do peito
E os braços vazios sem abraço

Era sim, aí a vida doía
Era sim, aí a vida doía
Era sim, aí a vida doía
Era sim, aí a vida doía

Era sim, aí a vida doía

Era sim, aí a vida doía

Era sim, aí a vida doía

Era sim, aí a vida doía

Era sim, aí a vida doía
Era sim, aí a vida doía
Era sim, aí a vida doía (aí a vida doía)
Era sim, aí a vida doía

A vida doía
Doía
Era sim
A vida doía



Credits
Writer(s): Francisco Cesar Goncalves, Clarice Lispector
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