DOCUMENTOS

Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia
Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia

Para constar, estou contente com o pouco que me resta
Se quem cala, consente, então não tenho pressa
Só com calma e com tempo o corpo regenera

Será delírio ou pouca sorte?
Uma ninfa que me acuda(!)
E vou parar a qualquer porto - saio onde não há culpa

Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia
Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia

Se, ao voltar ao presente, o meu leme se quebra
Vou gritar contra o vento, neste barco de pedra
A remar para dentro - se abrandar, ninguém espera

Não tenho alívio e estou tão farto
Seguro o mundo de luvas
E vou parar a qualquer parte - caio onde manda a chuva

Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia
Até documentos foram árvores, um dia
Até ferramentas foram arte, um dia



Credits
Writer(s): Miguel Afonso
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