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Ei!
Mães que oram crentes
Que seus filhos voltarão pra casa essa noite
Marginais expulsos do centro
Pais de família sem emprego
E órfãos de rua que cresceram sem afeto
O que te espera em Aruanda
É mais belo do que vivera em África
E América nenhuma te trará mais dor

Nem sempre aqui foi banzo mas
Desde então
Bába perdoa a di amba e a marafa

Bába!
Só assim pra aguentar nas costas
Meus verbos rasgados
E o pulmão cheio d'água

Bára!
Se és o sangue que percorre meu corpo
Nele permaneça onde quer que eu esteja

Já que de Mineapollis à Parelheiros
Nada difere pra pele preta

De corpo fechado, minha boca não
Tô pelo tanto que o santo me cobra
Em ter discernimento na caminhada
Depois de bater a cabeça no chão

E pra vocês
Homem preto vida loca não ama
Não sente
Homem preto vida loca
Só é fraco porque quer

Engraçado que hoje mesmo
Escolhi ficar de boa mas
Se forma uma poça de sangue
A cada palmo que ponho meu pé

Me explica!
Como desligar a caixa de pandora
Que é minha mente
Se vez ou outra, eu abro ela pra escrever?

É que sou verbo rasgado
Pois insisto em imitar minhas costas
Com feridas abertas
Que insistem em imitar minhas portas

Eu consegui vomitar um pouco agora
Mas há tempos que me sinto enjoado
Ao menos, entende essa dor?
Ou preferia que eu tivesse desenhado?



Credits
Writer(s): Kaya Matheus, Saile Beats
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