O Arauto

O arauto veio trazer notícia
A morte chega mais à noite
Depois partiu plácido, quase sem malícia
E eu desconcertado fiquei à espera do açoite

Lembra daquele pássaro impávido
Que parecia uma curiosidade?
Não atinei que as suas asas traziam
O aviso de uma grande maldade

Abandono em terra de mangue
Lugar desprovido de chão
E que drenou quase todo meu sangue
Quebrou meus ossos, me turvou a visão

O arauto veio trazer notícia
A morte chega mais à noite
Depois partiu plácido, quase sem malícia
E eu desconcertado fiquei à espera do açoite

Sabe, todas aquelas músicas
Todas frutos da imaginação
Frutos de árvores raquíticas
Sem sementes, profana sedução

Pois eu vou lhe fazer um pedido
Apague-as do seu computador
Pelo simples fato de nunca terem existido
E a destruição vai acalmar a minha dor

O arauto veio trazer notícia
A morte chega mais à noite
Depois partiu plácido, quase sem malícia
E eu desconcertado fiquei à espera do açoite

E se um dia houver uma faísca
Que possa inspirar um perdão
Dispenso, eu não quero essa isca
Mas apreciaria uma explicação

O que, de tão viscoso e maldito
Legou eu merecer essa sorte
Mas talvez isso nem possa ser dito
Mistério, arrependimento e morte

O arauto veio trazer notícia
A morte chega mais à noite
Depois partiu plácido, quase sem malícia
E eu desconcertado fiquei à espera do açoite

E eu desconcertado fiquei à espera do açoite
E eu desconcertado fiquei à espera do açoite



Credits
Writer(s): Plínio Machado
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