Estranho Déjà Vu

Uma rua onde eu nunca estive
Uma esquina que eu nunca dobrei
Eu passando daquela esquina
Como se fosse a segunda vez

A menina que olhava o relógio
Aquele homem parado na curva
Um instante impreciso e exato
Insinuava essa lembrança turva

Como cenas de um filme que já se sabe o final
Como vidas se repetindo numa saudade anormal
Do que eu não me lembro por esse estranho canal
Como cenas de um filme que não, não se sabe o final

Como se eu pintasse um retrato
De um lugar que eu não conheci
Que eu visito em um sonho precário
Reprisando o que eu já vivi

Como um sonho que eu tenho acordado
O encontro do norte e do sul
Uma cena, um filme cortado
Obra desse estranho déjà vu

Como a letra de uma música que um dia eu ouvi
Como as páginas de um livro que certamente eu já li
Como cenas de um filme em preto e branco e sem som
Como a voz que me chama mas não se ouve em bom tom

Passando pela porta entreaberta do quarto
A saudade de alguém e do azul
Que com certeza me foi separado
Obra desse estranho déjà vu

A lembrança do passado que um dia eu vivi
Um perfume um retrato que eu não reconheci
Como um conto, um lugar, o que me fez estar ali?
Um lugar como um conto que eu nunca me esqueci
A lembrança, a saudade, o perfume, um sinal
Do que eu não me lembro por esse estranho canal



Credits
Writer(s): Aridalton Coelho, Ivan Lopes
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