Anonimato (feat. Vector)

Ei, ei, ah

Hoje eu me perguntei o peso do cigarro
Que eu trago aqui comigo sempre
Quando eu me deparo sozinho
Eu paro e reparo, só meu pulmão sente

Hoje podia ser mais um lindo dia de chuva
Eu tô de blusa e boot
Sem contar os truques que eu trouxe na manga
Sem contar pros prego aquilo que eu não nego
Pra que haja prazer em me abster do ego

Pra escrever meu rap, bolar um beck
Nunca falte tato
Não falte tinta pra assinar meu desacato
Eu vivo às cegas, por isso o anonimato
Janelas pulo, paredes escalo
Com calo nos pés piso firme

Com calo nos pés piso firme
Na rua eu sou contraste (traste)
Na banca só com traste

O sujo e mal lavado
Seja o mais lembrado sendo o menos visto
Vá sem cerimonia
Pelo o que é mais sagrado, explícito
Um cheiro de umidade e droga forte
Nem sei se hoje é só por hobbie

Todos esses trotes, todos esses trutas
Ir atrás do lucro
No centro com as unhas suja
Se é inevitável, então não fuja
A fim sempre a quem quer que seja

Não tô de bolinho, mano, foda-se a cereja
Traga mais cerveja, ainda é segunda
Quem quiser que veja

E eu sou só um daqueles dois meiando um criva
À meia-luz na madrugada
Eu mantenho o queixo erguido e olho pra frente

Enfrento a quem quer que seja
Ou qualquer coisa que haja
O importante é ser eu mesmo
Sem me importar onde esteja

Desconfiado de quem passa
E quando passa eu sempre vejo
Paro e reparo nos dente de qualquer cavalo dado
Não atribuo aos outros a culpa dos meus fracasso
E não me ajoelho aos domingos
Atrás de algum banco de igreja

Você não me conhece
E se achar que sim, tá errado
Certeza que não me viu
Mas pode ser que um dia veja

Ser conhecido não me importa
O que vale é ser lembrado
Fama é futilidade, porra
Foda-se a cereja

Eu nunca vi mar calmo fazendo um marujo bom
E nem jacaré dormindo que não é bolsa de madame
Mas já vi barco furado chegar na beira da praia
Sem nem depender de vento, só a força de quem veleja

Eu também vivi esse barco e me guiava com as estrela
Só regado a muita droga eu fui encostar na areia
Poucos sabem o que se passa
Quando não sabem nada do conto
Pressupondo o que era e supondo o que cê deseja

Poucos sabem alguma coisa
E muitos não sabem de nada
E eu mantenho o anonimato
Só pra não ver sua cara feia



Credits
Writer(s): Sub Delta, Vector Delta
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