Paralelas

Bom, finalmente acordei sem querer me odiar
Sem enxergar em mim o fracasso, o que me faz parar
De tentar tocar o dia, me incendiar
Quero aproveitar um pouco
Suas canduras indiscretas, Belchior em Paralelas
E hoje é o dia de sustentar-me sempre alegre
Igual criança, não devoto da esperança
Como imputam-me ser

Mas cá entre nós
Acordar não tem sentido se não tem
Agir de uma forma coerente com seu
Pensar, vezes crente, vezes cético
E alçar dias mais brilhantes
Sem ignorar instantes
Reaprender, com não humanos, o que era
Ou ainda é...?

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu

Talvez saiba onde vou chegar
Mas a vida leva pra onde quer
E solta a voz do coração
Pra forjar um caminho

Mas sou e talvez serei sempre o da mansarda
Ainda que não more nela
Serei sempre o que não nasceu pra isso
Serei sempre só o que tinha qualidades
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta
Ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira
E ouviu a voz de Deus num poço tapado
Sou um tapado!
Quase esqueci que hoje o instante alegra-me



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