Cores do Vale

Vale é vida que levo nas tardes
Quando velejo velas de amizade
Por esse rio que escorre em seu leito
Por esse sangue que corre em meu peito
Da garganta onde saltam as veias
Abrem se portas, estradas, aldeias
Que vou cantando prá baixo e prá riba
Bebendo as águas desse Paraíba

O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde sertão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração
O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde sertão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração

Valé é vida vivida na serra
Vida aprendida na lida da terra
Entre queimada, coivara e machado
Entre o arado, a semente e o roçado
Nos caminhos que cortam as matas
Passaram tropas, bandeiras, entradas
Remaram barcos de baixo prá riba
Cortando as águas desse Paraíba

O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde sertão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração
O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde setão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração

Vale é vida que trouxe o progresso
As chaminés das indústrias, o expresso
O trem de ferro parado nos trilhos
O sonho louco que leva os seus filhos
Do asfalto no fundo da vala
Sobe o mormaço, desfaz o orvalho
Exala o piche de baixo prá riba
Matando as águas desse Paraíba

O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde sertão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração
O meu Vale tem a cor das Quaresmeiras em flôr
Que enfeitam o verde sertão, raios de luz na escuridão
Tem as águas e o sabor das corredeiras do amor
Que trazem o rio da paixão prá dentro do coração