ROSA AMARELA

O Beija-flor de galho em galho
Namorou, a flor de maio
Teve a marilha seduzida, iludiu a margarida
Entristeceu a flor do campo, fez harém jardim botânico
Semeou Dona Gardênia, lambuzou-se a vida inteira
Betônica de forma atônita
Fez fama tônica de meretriz
Giesta, já fez-lhe festa
Bem mais modesta, deixou-lhe ir

A flor de laranjeira que esperou a vida inteira
Iludida e enferma diz sê-lo
Melhor do que se diz
Da flor de lis
Fez o que quis e sumiu de vista
Feito um vigarista, roupas de listras
Esse é caso de juiz

Em belo, formato amarela
Obra de Deus de tão singela
Brotou do assalto a tal plebeia insurgiu o amor

Diatônica, uma abelha sônica
Fêmea astronômica, fez-lhe sorrir
E a rosa deu linha prosa
Dobrou a aposta, sem se tolir

Amor de uma fêmea, não pediu mancho em parelha
Completou-a por inteira, o suficiente foi ser feliz
E o passarinho antes beliz, sumiu de vista
Feito um mal artista, baixou a crista
Esse é caso de perdiz

Beijo a flor, se afogou na quimera
Desejando a rosa amarela
Flor mais pura, ereta e tão bela

Resistiu ao patriarcado
Amor armado, inventado
Convencionado, institucionalizado
Que deixa ofuscado, o que for diferenciado

Patriarcado, amor armado
Inventado, convencionado
Institucionalizado
Que deixa ofuscado, o que for diferenciado



Credits
Writer(s): Wlado Herzog
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