Asas Molhadas

Asas molhadas
Asas molhadas de um pardal perdido no asfalto
Chuva forte numa manhã paulistana

No ombro dos outros
Nóis cresce sozinho e no ombro dos outros

Asas molhadas
Não consigo te alcançar, não consigo
Bocas caladas
Incessantemente um barulho insiste em soar

Entulho
Persiste em cegar
Por que Thémis?
O que me determina agora vai te rotular
Qual?

Qual a gênesis?
Procurando a essência de Parmênides
Será essa o meu ser de lis?
Ou será ela o que eu sempre quis?

Paz, alegria, boemia ou vida fria
Dentro do corpo de Luzia
Objeto de história e de estória
Conto de dor e glória
Um futuro de memória
Dissolvem na minha mente digestória

E o que eu quero
Não vem pela metade, eu exagero
Não espero
Polida por idade, construo propriedade
Fotóns contradizendo os fatos
Lótus contradizendo status
Será futuro dos gratos
Sem o destino servido em pratos

Asas molhadas
Não consigo te alcançar
Não consigo



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