Teatro dos Sonhos

Calma, calma, slow it down
Afinal de contas quanto é que um sonho vale?
O preço de viver uma vida sem igual
Leva o troco, eu não morro a saber que vivi mal
Talvez não consiga, é para tentar
O que eu cuspo dá vida, é placenta
Surpreendo, Postiga - panenka
Se não entendes essa dica, deixa assentar
Agarrei-te nem sequer escrevi um hook
Capitão
Braçadeira
Eu não me afogo, é o truque
Escondido no sótão do book
Que a Anne Frank escreveu quando estava na luta
A tentar ver no escuro uma forma de fuga
Disse "é na boa, 'tou aqui, sou o Buda"
Luz que no prisma se escuta
Eu cuspi a maçã que parte os cornos ao Newton
A mesma maçã que me leva à loucura
(... e eu elevo a loucura...)

Vejo a tentação, também sinto o que a Eva sente
Tento dizer que não, aniquilo aquela serpente
Do outro lado sou Adão, consigo saber que ela mente
Ouço o coração, já não o sigo cegamente
Liga a audição, ouve o que eu digo, segue a mente
Resta-me a questão: que sentido quero mesmo?
Mas calor vem da paixão, guio-me com a vela à frente
E a minha motivação estou aqui a vê-la a frente
(ya, aqui a vê-la a frente...)

Desta terra lusa eu levo tanta dúvida
De malta que me usa para se sentir única
Uma mente confusa que nunca comunica
Transforma dor na musa que me leva à música
Já ninguém manipula
Cuspo a puta da maçã
Se eu pego no mic viro a puta de um titã
Eu nunca quis aparecer na puta de um ecrã
Só digo o que sinto a procura da mente sã
Peço ajuda ao meu clã, equipa que é campeã
Vou morrer no panteão
Tentar chegar mais longe que qualquer outro ancião
Tentar tornar-me rei para deixar de ser peão
Andar à roda a ser jogado ou queres jogar? Eis a questão
Como é que vives um filme e não escreves o guião?
Pussy...

Espera...
Entretanto eu sou Cris em Manchester
'Teatro dos Sonhos', dirigi a peça
Queriam-me enquadrar, fiz-me circunferência
Porque ver (de) todo o lado é a minha incumbência
Pensa nisso e a seguir confessa
O ódio não abre os olhos boy, isso só fecha
Se deres o teu love é só peace que resta
Então eu piso a besta e dou-lhe um kiss na testa



Credits
Writer(s): João Ferreira, Nuno Sousa
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