furia

doce à boca, amargo aos lábios
o passado me encara no espelho
não parei, eu passei do ponto
como avança o peito no sinal vermelho
tudo se
dissolve se
resolve em
instantes e em
pedaços e em
temporais, pausas e
pequeninos passos
sem pressa ou prazo
que essa ânsia
que não cessa jamais
muda e amansa
só pra continuar
com essa fúria
rompe o dia a dia
transparece esse brilho no olhar
queimo o diário de bordo do corpo que habita esse mal estar
o fogo nos olhos e a dor de cabeça no ato de reinventar
a roda, o tempo, abraço o momento
em que me desfaço presente
desejo de viver a vida
o sonho de olhar para frente
e não ver mais um muro mas uma varanda
sentir na pele o beijo sem distância
quero me perder sem saber por que
tudo se
dissolve se
resolve em
instantes e em
pedaços e em
temporais, pausas e
pequeninos passos
sem pressa ou prazo
que essa ânsia
que não cessa jamais
muda e amansa
só pra continuar
com essa fúria
rompe o dia a dia
transparece esse brilho no olhar