Zira

A Zira andava tão estranha
Tão esquiva e fugidia
Ninguém sabia o que ela tinha
Ao tempo que não a via
Aquela Alzira
Oh Zira!

Não veio ao baile no domingo
Nem veio no outro seguinte
Quando voltou vinha diferente
Vinha cheia de requinte
Assim pintada até parecia
A locutora da TV

Tinha ido à manicura
Fazer pestana e sobrancelha
Bordar os olhos com pintura
E pôr nas unhas uma horrível cor vermelha
Ooooh uma horrível cor vermelha
Oooah!

Oh Alzira
Que é que fizeste ao olhar
Tinhas um azul-safira, Zira
Não era preciso pintar
Oooah!

Oh Alzira
Que é que fizeste ao olhar
Tinhas um azul-safira, Zira
Não era preciso pintar

Não não!
Não não não!

Rapou as pernas com gilete
E pôs no pé um tacão alto
Dançou, caía e não caía
Num completo sobressalto
Aquela Alzira
Oh Zira!

Mas com o suor do baile
A pintura desbotou
E a meio de um paso-doble
Ela nem sequer notou
E ficou um olho pintado
E o outro meio borratado

O Méno Rock fez chalaça
Quando ela tentou a valsa
E a Zira não achou graça
Tirou o sapato e foi-se embora assim descalça
Assim descalça

Oh Alzira
Deu-te p'ra armar ao fino
O teu pé assim não gira, Zira
Ele pede sapato ladino
Oooah!

Oh Alzira
Que é que fizeste ao olhar
Tinhas um azul-safira, zira
Não era preciso pintar



Credits
Writer(s): Carlos Tê
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link