A veia do poeta

Cansado do movimento
Que percorre a linha reta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta

Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta

Mas ela não se deteta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada

É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta

Ai de quem nunca injetou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta

Ai de quem nunca injetou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta

Na veia do poeta



Credits
Writer(s): Rui Veloso
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