Guardados

O espaço daquele quarto
Onde eu matei minha sede
Ficou meu cheiro de extrato
No chão, na cama e na rede
E parte do meu retrato
Não descolou da parede

A fronha branca de linho
Do travesseiro de espumas
Gravou a mancha de vinho
Não sai de forma nenhuma

E a mancha do meu carinho
Que mais ninguém desarruma
Não houve a dor da partilha
Saí com a roupa da feira
Ficaram sobre a mobília
Meus livros de cabeceira
Drummond, Vinicius, Cecília
Cabral, Pessoa e Bandeira

Fiquei com os olhos cheios d'água
Na hora em que fui-me embora
Porém jamais guardo mágoa
Guardei, mas só na memória

Sangue de virgem na mágoa
Pra eu te lembrar vida afora

Aáaaê rêrêrêee iiiirêrêrêrêee



Credits
Writer(s): Paulo Cesar Francisco Pinheiro, Sergio Correa Dos Santos
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