Último Pedido
Se um dia a morte maleva
Me dá um pealo de cucharra
Numa saída de farra
Me faça torcer o alcatre
Me ajeitem bem sobre um catre
Me tirem os laço das garra
A morte é sorra mui mansa
Comedera de sovéu
Que vem, desarma o mundeo
A mandado do Senhor
Nos larga num corredor
E dá uma espantada pro céu
Me enterrem num campo aberto
Que eu sinta o vento pampeiro
Em vez de vela, um candeeiro
Ao pé da cruz falquejada
Que eu possa enxergar a estrada
Por onde passa o tropeiro
Depois me deixem solito
Sobre o fraldão da coxilha
Junto ao pé da coronilha
Entre a mangueira e a tapera
Na estância da primavera
Coberto pela flexilha
Que eu ouça o berro do gado
De uma tropa em pastoreio
Ouça o barulho do freio
E o gaguejar das cordeonas
E retouços de redomonas
No chapadão do rodeio
Que eu sinta o cheiro da terra
Molhada da chuva em manga
Sinta o cheiro da pitanga
No barracão do pesqueiro
E o canto do joão-barreiro
Trazendo barro da sanga
Vou me juntar lá no céu
Onde só Deus bate asa
Não quero dar oh! De casa
Que a porta grande se tranque
Que me espere no palanque
Churrasco gordo na brasa
Vou viver na Estância Grande
Deste Patrão Soberano
Levar comigo o minuano
Pro rancho de algum posteiro
E pedir pra ficar lindeiro
Com o imortal Aureliano
Cantando em voz baixa para o teu ouvido
Erguendo viagens à luz dos teus olhos
Mas se lá não tiver carreira
Nem marcação campo a fora
Nem índio arrastando espora
Num jogo-de-osso em domingo
Eu quebro o cacho do pingo
E juro que venho embora
Sempre metido em buchincho
Levando algum sofrenaço
Talhas de adaga, balaço
É sina que desembesta
Mas já quebrei muita testa
E nunca cai do braço
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Vivendo uma vida eterna, relíquia de algum passado
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Me lembra um potro picasso
Corcoveando num remexo
Sem uma corda no queixo
Que derrubei a mangaço
Ai ai aiaiaiaiaiai...
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Deixando o rancho da infância
Coberto pela neblina
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Me dá um pealo de cucharra
Numa saída de farra
Me faça torcer o alcatre
Me ajeitem bem sobre um catre
Me tirem os laço das garra
A morte é sorra mui mansa
Comedera de sovéu
Que vem, desarma o mundeo
A mandado do Senhor
Nos larga num corredor
E dá uma espantada pro céu
Me enterrem num campo aberto
Que eu sinta o vento pampeiro
Em vez de vela, um candeeiro
Ao pé da cruz falquejada
Que eu possa enxergar a estrada
Por onde passa o tropeiro
Depois me deixem solito
Sobre o fraldão da coxilha
Junto ao pé da coronilha
Entre a mangueira e a tapera
Na estância da primavera
Coberto pela flexilha
Que eu ouça o berro do gado
De uma tropa em pastoreio
Ouça o barulho do freio
E o gaguejar das cordeonas
E retouços de redomonas
No chapadão do rodeio
Que eu sinta o cheiro da terra
Molhada da chuva em manga
Sinta o cheiro da pitanga
No barracão do pesqueiro
E o canto do joão-barreiro
Trazendo barro da sanga
Vou me juntar lá no céu
Onde só Deus bate asa
Não quero dar oh! De casa
Que a porta grande se tranque
Que me espere no palanque
Churrasco gordo na brasa
Vou viver na Estância Grande
Deste Patrão Soberano
Levar comigo o minuano
Pro rancho de algum posteiro
E pedir pra ficar lindeiro
Com o imortal Aureliano
Cantando em voz baixa para o teu ouvido
Erguendo viagens à luz dos teus olhos
Mas se lá não tiver carreira
Nem marcação campo a fora
Nem índio arrastando espora
Num jogo-de-osso em domingo
Eu quebro o cacho do pingo
E juro que venho embora
Sempre metido em buchincho
Levando algum sofrenaço
Talhas de adaga, balaço
É sina que desembesta
Mas já quebrei muita testa
E nunca cai do braço
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Vivendo uma vida eterna, relíquia de algum passado
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Me lembra um potro picasso
Corcoveando num remexo
Sem uma corda no queixo
Que derrubei a mangaço
Ai ai aiaiaiaiaiai...
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Deixando o rancho da infância
Coberto pela neblina
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Ai ai aiaiaiaiaiai...
Credits
Writer(s): João Da Cunha Vargas, Vitor Ramil
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