Milonga (Ao Vivo)

Vamos falar de solidão
Na sua casa nunca mais entrei
Mas decorei com exatidão
Todas as coisas como eu deixei
Versos jogados pelo chão
Lembranças do que não presenciei
Mas decorei com exatidão
Como o passado que eu mesmo criei

E tudo que eu posso oferecer
São minhas palavras pra você
(No plágio de uma bela melodia)
E tudo que eu quero te dizer
Eu já cansei de escrever
Quero te ver enquanto não é dia

Mas diz por que tu vais embora
Mas diz por que tens tanto medo
Se não acorda cedo
Nem trabalha, estuda ou namora
Mas diz por que chegou a hora
Agora que eu venci meu medo
Te peguei pelos dedos
Pra dançar enquanto o sol demora

Para chegar trazendo aurora
E a luz que cega e me dá medo
E como um torpedo
Eu deslizo, eu voo num mar de lençóis
E cada dobra conta histórias
De muitas delas sinto medo
São muitos enredos
Enrolados e embriagados como nós
Tão a sós, como nós, tão a sós

Quando você não esperar vai doer
E eu sei como vai doer e vai passar como passou por mim
E fazer com que se sinta assim, como eu vivo, como eu vejo
Como eu não canso de cantar, eu sei que vai ouvir
Eu sei que vai lembrar, e vai rezar pra esquecer
E vai pedir pra esquecer, mas eu não vou deixar

E eu não quero lembrar do que eu fui pra você
Uma simples distração
Eu não quero lembrar que chegamos ao nosso fim
Eu não quero lembrar que eu vou acordar
Sabendo que meus olhos não vão te encontrar
Eu não quero lembrar que tudo acabou pra mim

Por que você insiste em dizer que ainda existe vida sem você
Por que você insiste em dizer que ainda existe vida...



Credits
Writer(s): Pd Traditional, Paco Pena
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