Visões

Um calafrio na espinha, os ombros pesam
Alguma coisa não me deixa dormir
Já faz um tempo, há quase um mês eu não me sentia assim
Mas hoje veio forte, eles têm algo a dizer pra mim

Me pedem ajuda, me perturbam, me avisam de fatos
Que eu já não quero saber, eu não vou poder resolver
Me deixe em paz, essa noite eu peço: Livrai-me, pai
Proteja-me, por favor, que o mal não me afete jamais

Suando frio, o quarto parece vazio
Eu vejo um vulto e me arrepio, o peito pulsa tenso
O ambiente passa a se tornar hostil
Eu levanto a sangue frio e acendo um incenso

E numa prece eu me acalmo, aos poucos me sinto salvo
Como se um anjo tivesse escutado
As tais presenças se afastam, meu quarto parece calmo
E posso dormir sossegado

Essa escuridão não vai me engolir
E às vezes nem acredito no que eu vi
Mas eu sei que vi

Quinta feira escura, nada mais importa
Presenças a minha volta, saem e sei que voltam
A bíblia não me livra mais, nem a água benta
E eu sei que alguns dizem, só atrai quando cê pensa

Mas permaneço numa eterna situação propensa
O dia sempre é chato, as tardes são intensas
As noites são atentas e as madrugadas tensas
As imagens são cinzentas e a maioria se isenta

De explicação, uns dizem que isso é dom
Mas eu não consigo entender como isso ainda é bom
De fato, imagens leves se dissipam quando o vento entra
Mas o problema é que em lugar fechado nunca venta

Uns tentam se comunicar, não posso entender
Sei que alguém vai se machucar, consigo prever
Moro só, num prédio quase sem vizinhos
Mas quando me sento pra jantar sei que eu não tô sozinho

Essa escuridão não vai me engolir
E às vezes nem acredito no que eu vi
Mas eu sei que vi



Credits
Writer(s): Luan Gohn Moraes, Rodrigo Barbosa Parracho, Bruno Borges Chelles
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