Janeiro e o Lobo

"Entre o querer e o não querer bem
Há uma linha tênue" - riu o lobo
Ao pequeno pastor de ovelhas
Que lhe abriu o coração e lhe tirou do frio

Longe do vento, sob um mesmo teto
Temos folhas secas e calor
Céu de janeiro, sempre um recomeço
Sempre a nova chance ao perdão

Seguimos sinceros confessando
O que nos enfraquece e tão pura foi
A seiva das palavras que a inocência ergueu pontes
E partiu segredos ao chão

E quando a chuva vem
Agradeço por esse lar
Que sei que o tempo é o que faz
Tudo tão certo e eterno
E durmo em paz
Por saber que por mim estás

Então a noite veio e uivou pela floresta
Quando te vi correr ao breu
Com meu amor rasgado em teus dentes
Partindo em mil pedaços
O que te fez família
Sem remorso algum

Mldita seja a hora em que por devoção
Me fiz cego à natureza do que é traiçoeiro
Amaldiçoado seja esse meu coração
Que dá sempre a outra face e espera por bondade

Longe do tempo, não corremos perigo
Contudo no peito queima a dor
Céu de janeiro, chore nestes erros e não
Me deixes mais abrir aos lobos



Credits
Writer(s): Marcelo Verardi, Julio Cesar Dos Santos, Marcelo Jose Da Silva, Jose Augusto Ribeiro, Fabio Luiz Altro Soga
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