Estampa Domingueira

Venho lá da Vista Alegre
Pregueando boi no carreiro
Com honra sou carreteiro
E bem gaúcho é que sou

Usando a guilhada grande
Eu ainda sou Rio Grande
Passado que não passou

Sou a história da carreta
Tradição que não morreu
Sou o tempo que se escondeu
Atrás da curva da estrada

Onde o pneu do pregresso
Por ser difícil o acesso
Não descobriu sua entrada

E carreteando eu vou longe
Firmando o pé na macega
Enchendo os olhos de légua
Nas léguas nada me encerra

Eu subo e desço lançante
Com minha casa ambulante
Cheia de frutos da terra

E a carreta corta o vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pros campos do nunca mais

E a carreta corta o vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pros campos do nunca mais

Se a noite chega e me agarra
Cruzando o deserto campo
Em meio ao campo eu acampo
Sem medo de assombração

Ouvindo ao longe o aboio
Das águas claras do arroio
Minando minha solidão

E quando eu canto uma milonga
No vai e vem da carreta
O tinido da palheta repica
Igual ao sincerro

E eu me vou quebrando a ponta
Do verso quando ela aponta
Despontando atrás do cerro

E quando a Lua se empaca
No céu ouvindo a milonga
Na claridade se alonga
O meu cantar milongueiro

E a minha carreta flutua
Cheia de versos e luas
E sonhos de carreteiros

E a carreta corta o vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pros campos do nunca mais

E a carreta corta o vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pros campos do nunca mais



Credits
Writer(s): Alex Silveira, Carlos Madruga
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link