Um Bagual Corcoveador - Ao Vivo

A tropa vinha estendida
Passando no corredor
Eu empurrava a culatra
E também fazia um fiador

Um bagual gordo e delgado
Arisco e corcoveador
Que se assustava da estaca
E da sombra do maneador

Enquanto existir cavalo mais bravo que um temporal
Eu vou andar gineteando por este mundo bagual

É brava a vida de um taura
Que só trabalha de peão
Nisso uma lebre dispara
Debaixo de um macegão

Meu pingo só deu um coice
Escondendo a cara nas mãos
Saiu sacodindo o toso
Cravou o focinho no chão

Tentei levantar no freio
Mas era tarde demais
Eu via uma poeira fina
Formando nuvens pra trás

Berrando se foi a cerca
Cruzou pro lado de lá
Parecia uma tormenta
Cruzando em Maçambará

Se enganchava nas esporas
Sobre a volta no pescoço
Cortando couro com pelo
Tirando lascas de osso

Naquele inferno danado
Bombeei pro meu cebolão
Regulava quatro e pico
De uma tarde de verão

Tentei levantar no freio
Mas era tarde demais
Eu via uma poeira fina
Formando nuvens pra trás

Berrando se foi a cerca
Cruzou pro lado de lá
Parecia uma tormenta
Cruzando em Maçambará

Senti a força do vento
Me arrancando dos arreios
E aquele bicho parecia
Que ia se rasgar no meio

Deixei manso e de confiança
Montaria de patrão
Pois honro o nome que carrego
E o orgulho de ser peão

Tentei levantar o freio
Mas era tarde demais
Eu via uma poeira fina
Formando nuvens pra trás

Berrando se foi a cerca
Cruzou pro lado de lá
Parecia uma tormenta
Cruzando em Maçambará

Chora, patrão!



Credits
Writer(s): João Sampaio, Quide Grande, Walther Morais
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