Dia de Chuva - Ao Vivo

Hoje amanheceu chovendo
Mas eu não posso parar
No galpão todos cochilam
Eu tive que levantar
Tem vaca pra tirar leite
E potros pra galopear

Eu sempre fui peão de estância
Gosto daquilo que faço
Barro o galpão faço bóia
E com solingem de aço
Vou lonquear um couro preto
E tirar uns tentos pra o laço

O gado adivinha a chuva
Soltando bafo das ventas
E relampeia cruzado
Que o índio ate não aguenta
Eu passo a mão no machado
E benzo mais uma tormenta

Assim e a vida da gente
Do fundão de ma fazenda
Aproveito os dias de chuva
Para aumentar minha renda
Faço cinto e tranço corda
Que indiada que me encomenda

As minhas obrigações
Todas elas eu atendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo

A chuva não para nunca
E depois de um chimarão
Vou laçar lá na mangueira
Um lobuno do patrão
Pois mesmo deitando água
Eu vou tontiar ele a tirão

Já de volta no galpão
Engraxo bem meu lombilho
Espicho o laço no aramado
E pra um guacho doradilho
Debulha a força de dedo
Uma meia bolsa de milho

As minhas obrigações
Todas elas eu atendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo

De noite segue chovendo e a peonada se assanha
Eu pego meu violão, bombeio e tomo uma canha
É assim que se passa a vida, quando chove na campanha
Falquejo uma canga buena para os cascos do petiço
Pois eu só adulo o meu patrão fazendo bem meu serviço

As minhas obrigações
Todas elas eu atendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo
E hoje vou lidar com cordas
Porque amanheceu chovendo

Porque amanheceu chovendo
Porque amanheceu chovendo



Credits
Writer(s): Cassiano Mello, João Sampaio, Walther Morais
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