Salve Zumbi
Exu, não me desfaças
Não falsifique as palavras da minha boca
Não engane os movimentos dos meus pés
Tu que traduzes as palavras de ontem
Para novas locuções
Não me desfaças
Ofereço-te sacrifício.
Exu, abre-me o caminho para ir ao campo
Não aceito que Exu venha em vão
Começo minha história saudando a
Abdias Nascimento e Beatriz Nascimento
Que travam, em seus discursos, sobre invisibilidade, distorção
E ocultamento de nossas origens africanas
Ambos, trazendo o resgate da reconstrução o Brasil, com Quilombos
Quilombo é um conceito próprio dos africanos bantus
Habitantes da África Ocidental e Leste
Este conceito vem sendo resinificado
Através dos séculos da história do Brasil
O nome original vem de Angola
Que em determinado momento da história da resistência angolana
Queria dizer acampamento de guerreiros da floresta
Administrado por chefes rituais de guerra
Feche os olhos por um instante
Imagine um filho, um irmão, pai de uma nação
Uma lenda?
Um mito?
Uma história?
Ou um destino?
Eu te vi, Zumbi, eu, mulher preta
Nos passos e nas migrações diversas dos teus descendentes
Te vi adolescente sem cabeça e sem rosto nos livros de história
Te vejo mulher, em busca do meu eu
Te verei vagando, ó estrela negra
Ó luz que ainda não rompeu
Zumbi, de origem bantu, o último Rei do Quilombo de Palmares
É celebrado na experiência pan-africana
Como nosso primeiro herói do pan-africanismo
Neto da Princesa Aqualtune, nasceu na serra do Macaco
Ainda menino foi raptado e aprisionado
Entregue a um missionário português
Aprendeu língua de branco mas não se subordinou
Na adolescência foge para Palmares
Dentro da divisão de Palmares
Chefiou um mocambo antes de se tornar o grande líder
Lutou constantemente pela autonomia do Quilombo
Palmares pôs em questão a estrutura colonial inteiro
O exército, o sistema de posse da terra dos patriarcas portugueses
Ou seja, o latifúndio,
assim como desafiou o poder todo poderoso da Igreja Católica
Exu, o maltratado Orixá, frequentemente associado ao Diabo
É para as religiões Yorubá-Fon a divindade do caos e transformação
O moleque divino, o mensageiro entre o Céu
A liberdade, que pode ser chamada Quilombo
E a Terra observada como estrutura colonial
Onde os negros queriam se ausentar
Zumbi (Exu) é o raio do inimigo
Senhor dos caminhos e abridor das novas possibilidades
O arquétipo de transformação
A medida que Zumbi (Exu) apropria os
significantes enganosos do colonizador
E os transforme, darão voz a luta para o povo negro
Se reconhecer e saber sua real identidade
É preciso uma imagem, para recuperar a identidade
Tem que tornar-se visível
Porque o rosto de um é reflexo de outro
O corpo de um é reflexo de outro,
e em cada um o reflexo de todos os corpos
A invisibilidade está na raiz da perda da identidade
Então eu conto a minha experiência em não ver Zumbi
Que para mim, era o herói
Não falsifique as palavras da minha boca
Não engane os movimentos dos meus pés
Tu que traduzes as palavras de ontem
Para novas locuções
Não me desfaças
Ofereço-te sacrifício.
Exu, abre-me o caminho para ir ao campo
Não aceito que Exu venha em vão
Começo minha história saudando a
Abdias Nascimento e Beatriz Nascimento
Que travam, em seus discursos, sobre invisibilidade, distorção
E ocultamento de nossas origens africanas
Ambos, trazendo o resgate da reconstrução o Brasil, com Quilombos
Quilombo é um conceito próprio dos africanos bantus
Habitantes da África Ocidental e Leste
Este conceito vem sendo resinificado
Através dos séculos da história do Brasil
O nome original vem de Angola
Que em determinado momento da história da resistência angolana
Queria dizer acampamento de guerreiros da floresta
Administrado por chefes rituais de guerra
Feche os olhos por um instante
Imagine um filho, um irmão, pai de uma nação
Uma lenda?
Um mito?
Uma história?
Ou um destino?
Eu te vi, Zumbi, eu, mulher preta
Nos passos e nas migrações diversas dos teus descendentes
Te vi adolescente sem cabeça e sem rosto nos livros de história
Te vejo mulher, em busca do meu eu
Te verei vagando, ó estrela negra
Ó luz que ainda não rompeu
Zumbi, de origem bantu, o último Rei do Quilombo de Palmares
É celebrado na experiência pan-africana
Como nosso primeiro herói do pan-africanismo
Neto da Princesa Aqualtune, nasceu na serra do Macaco
Ainda menino foi raptado e aprisionado
Entregue a um missionário português
Aprendeu língua de branco mas não se subordinou
Na adolescência foge para Palmares
Dentro da divisão de Palmares
Chefiou um mocambo antes de se tornar o grande líder
Lutou constantemente pela autonomia do Quilombo
Palmares pôs em questão a estrutura colonial inteiro
O exército, o sistema de posse da terra dos patriarcas portugueses
Ou seja, o latifúndio,
assim como desafiou o poder todo poderoso da Igreja Católica
Exu, o maltratado Orixá, frequentemente associado ao Diabo
É para as religiões Yorubá-Fon a divindade do caos e transformação
O moleque divino, o mensageiro entre o Céu
A liberdade, que pode ser chamada Quilombo
E a Terra observada como estrutura colonial
Onde os negros queriam se ausentar
Zumbi (Exu) é o raio do inimigo
Senhor dos caminhos e abridor das novas possibilidades
O arquétipo de transformação
A medida que Zumbi (Exu) apropria os
significantes enganosos do colonizador
E os transforme, darão voz a luta para o povo negro
Se reconhecer e saber sua real identidade
É preciso uma imagem, para recuperar a identidade
Tem que tornar-se visível
Porque o rosto de um é reflexo de outro
O corpo de um é reflexo de outro,
e em cada um o reflexo de todos os corpos
A invisibilidade está na raiz da perda da identidade
Então eu conto a minha experiência em não ver Zumbi
Que para mim, era o herói
Credits
Writer(s): Steven Gibbs, Regiane Cordeiro, Carol Afreekana, Sistah Mari
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