Caju e Água de Coco
Caju e Água de Coco
Nunca estudaram na mesma turma
Mas eram mais inseparáveis
Que bando de aves ou carne com unha
Embora fossem amigos
Por serem vizinhos de porta
Havia uma cerca invisível
Feito arame farpado que corta
A porta de Água de Coco
Guardava um velho tesouro
A maçaneta de ouro
Mais cobiçada por museu barroco
Só pra ele tinha um cavalo e uma arara
Piscina e até um cineminha
O pai era rico e tudo que tinha
Custava os olhos da cara
Caju moleque safo
Improvisava cada centavo
Ajudando a mãe no mercado
Vendedora de rosa e de cravo
No passado seu avô foi escravo
No presente seu pai é caseiro
No futuro no vestibular
O moleque vai ser o primeiro
E o pai de Água de Coco
Bate as botas no mês de janeiro
E o filho assume a função de novo herdeiro
E o pai de Caju bate as botas em fevereiro
E o filho recusa a função de novo caseiro
Caju e Água de Coco
Nunca entenderam as diferenças
Entre as cores da pele
O tamanho das casas
O preço das roupas
Do carro, do queijo
Da louça, do pente
Do tênis, do brilho
Do branco do dente
Do pando de seda
Do terno de linho
Do vinho de luxo
Senhores de tudo
Não é de veludo
O grito guardado
Dentro da gaveta
Do criado-mudo
Não é de veludo
O grito guardado
Dentro da cabeça
Do criado-mudo!
Caju e Água de Coco
Nunca estudaram na mesma turma
Mas eram mais inseparáveis
Que bando de aves ou carne com unha
Embora fossem amigos
Por serem vizinhos de porta
Havia uma brisa suave
Que anunciava o som da revolta
Nunca estudaram na mesma turma
Mas eram mais inseparáveis
Que bando de aves ou carne com unha
Embora fossem amigos
Por serem vizinhos de porta
Havia uma cerca invisível
Feito arame farpado que corta
A porta de Água de Coco
Guardava um velho tesouro
A maçaneta de ouro
Mais cobiçada por museu barroco
Só pra ele tinha um cavalo e uma arara
Piscina e até um cineminha
O pai era rico e tudo que tinha
Custava os olhos da cara
Caju moleque safo
Improvisava cada centavo
Ajudando a mãe no mercado
Vendedora de rosa e de cravo
No passado seu avô foi escravo
No presente seu pai é caseiro
No futuro no vestibular
O moleque vai ser o primeiro
E o pai de Água de Coco
Bate as botas no mês de janeiro
E o filho assume a função de novo herdeiro
E o pai de Caju bate as botas em fevereiro
E o filho recusa a função de novo caseiro
Caju e Água de Coco
Nunca entenderam as diferenças
Entre as cores da pele
O tamanho das casas
O preço das roupas
Do carro, do queijo
Da louça, do pente
Do tênis, do brilho
Do branco do dente
Do pando de seda
Do terno de linho
Do vinho de luxo
Senhores de tudo
Não é de veludo
O grito guardado
Dentro da gaveta
Do criado-mudo
Não é de veludo
O grito guardado
Dentro da cabeça
Do criado-mudo!
Caju e Água de Coco
Nunca estudaram na mesma turma
Mas eram mais inseparáveis
Que bando de aves ou carne com unha
Embora fossem amigos
Por serem vizinhos de porta
Havia uma brisa suave
Que anunciava o som da revolta
Credits
Writer(s): Duda
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