Eu Thanatos

As minhas mãos são feitas
De negro deste amanhecer
Nos calotes do desespero
Ide-vos estrelas insensatas
Começa o desabrochar
A alienação para o esquecimento
Cruzamento de perfumes
Primavera de tormentos
De olhos castanhos transportados
Ossos de cinza rarafeitos
Do enterro pelos mãos não
Se seguram pedras línguas
Palavras deste cadáver
Sudários impossíveis lágrimas
Não ressuscitados
Eu Θάνατος

Presságios do oculto por reflorescer
Abandonados às ondas
Na rebentação com o profundo
Muitos cadáveres alimentam esta primavera
Envenenada de prata a cadência dos corpos a cair

Pestilência nos ares antigos
Nos corpos suados no cansaço
Nas memórias que ardem
E não são velas de corações abandonados
Noutros confortos
Dos céus por cima não se reza a outra sorte
Acreditasse num caminho adornado de pétalas
Em que as rosas não são defuntas
Furto estas páginas a uma história
Que é minha e nos
Olhos o enraivecido esquecimento da morte
O desprezo do passado que tudo assombra
A coroa de espinhos ao peito para dentro



Credits
Writer(s): Pedro Adrega
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