Idos

Abomino os meus fantasmas
No devaneio das mortalhas
Um estigma dos abandonados
Porque não sei o que é mais
Do que ser um desígnio arde advento
Uma necessidade incessante sangue
Na ponta desta caneta
Todo este vácuo tem sabor a nada
De água que já não alimenta a teu peito

Dos corpos em colapsos
Nestes sons de violinos quebrados
Ternura de movimentos imaculados
Ver-te-ia em labaredas
Caída de uma qualquer janela
Da condensação da loucura
E não te seguraria
Num nós que não existia

Um mapa de sangue pisado
Que nos levasse ao esquecimento
Só nesse silêncio e triunfal momento
Pousado o dedo nos lábios, louvado

Não sei se foi esta a sorte que nos separa
Estranho engenho do universo alento
Que connosco caminhava, marcara
União amplexo de um puro devastamento

Abraço as estrelas no fechar da mão
Quando grito para dentro a escuridão
As digitais dos teus dedos memorizados...

Não há nada, nas longitudes abissais
Que ecoe reverberando os lamentos
Ó Céu, ó Morte, porque não me levais



Credits
Writer(s): Pedro Adrega
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