Festa no Porão

Chic, chique, xique, choque, rosa choque bem na ponta do meu pé.
Já sentimos a maré que vem cobrir as pernas bambas.
Riso, rosa, reza a reza, roda em falso, gira em torno do mané.
Coitado desse Fausto que perdeu sua muamba

por um pino de pó de giz,
um barato licor de anis.
Um homem é um bicho
que não manda nem desmanda.

Anda, anda, vai e volta, corre até o pé da forca pra sentir a sensação
e aplaude o milagre daqui de dentro do porão.

Amo, amo, deixo e amo, volto, odeio, é tão fácil prometer.
Prometeu desceu sem fogo e ficamos satisfeitos.
Prega peça peça de repente, peço o fim do meu princípio de prazer.
Pois na comissão de frente sempre toca a mesma banda

pelo pino de pó de giz,
bate palma e ensaia o bis.
Um homem é um bicho
que não mama nem desmama.

Ana, Ana Madalena sai correndo do cinema pra fazer a confissão
e assiste o milagre daqui de dentro do porão.

E olha um menino
que dança por aí.
Bate como um sino
que sempre vai tinir.

Faço o fato com meu tato, esse é um ato que não posso impedir.
É tão bom queimar o mato para os belos na varanda.
Calo o calo no meu dedo, tenho medo mas não posso reprimir
o coitado do segredo que segura a corda bamba

pelo pino de pó de giz
bem debaixo do seu nariz.
Um homem é um bicho
que não clama nem reclama.

Veja, Dona Marilena, adoramos seu poema mas faltou a conclusão
pra contar mais um milagre daqui de dentro do porão.

Xique xique chique choque choque chic bem na ponta do meu pé.
Já nadamos na maré
mas no porão renasce um samba.



Credits
Writer(s): Luiz Amaro
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