Bandeirante, Lobisomem

Eu sou um homem.
Vou terra adentro
como um homem.
Bandeirante, lobisomem,
elefante,
tenho fome.

Vou mata à dentro,
vou mar à fora
até o centro
da terra roxa sem parente,
a minha gente
sente fome.

Foi Deus quem permitiu.
Foi Deus quem me mostrou
o caminho das pedras no rio,
o feitiço da mata no cio,
a beleza e a fortuna
enchendo meus olhos,
dinheiro
no funil.

Eu sou um mito
divino e real.
Ganho no grito
minha água, aguardente
a minha gente,
meu granito.

Foi Deus quem fez o rio.
Foi Deus quem contratou
meu sangue, meu braço, meu tempo
pra desbravar um país,
pra me guardar junto ao morro,
pra conquistar mata adentro.

Um dia nem pedra, nem rio,
nem rua, nem reino se viu.
Onde vão parar, meu Deus,
os cercados que eram meus?
E a certeza do pecado
que essa terra escondeu?
Eu vim de muito longe
só pra pegar o que é meu,
só pra pegar o que é seu,
só pra pegar.
Eu sou um homem.



Credits
Writer(s): Luiz Amaro
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