De Mi Raza Vieja

Por livre tornei-me "gaucho", voz de sinas mal domadas
Riscando a vida em patriadas, no altar da "gaucheria"
No meu sangue a rebeldia no meu olhar as lonjuras
Sorvendo a cor das planuras, mandando o mundo a la cria
Sorvendo a cor das planuras, mandando o mundo a la cria

E pintaram meus retratos com lanças e chiripás
Com gritos de iahaha, sob a copa dos sombreiros
Mas nenhum brete ou potreiro resteva o cerca de pedra
Pode domar esta regra de andar tal qual o pampeiro
Pode domar esta regra de andar tal qual o pampeiro

Três pátrias trouxe comigo na garupa dos cavalos
Mesclando sangue no embalo de mangrulhos e garruchas
Eis o fado que me puxa, moldado em tempos de guerra
Eis a herança desta terra forjando a alma Gaúcha
forjando a alma gaúcha

Ao longe um rumor de tropas, mesclando rumbos y vientos
Traz de tiro, sentimentos, de paisanos e peones
Recuerdos de mil fogones em madrugadas grongueiras
Viejas milongas campeiras en rueda de los fogones

São brados de Lavalleja de Rosas, Flores da Cunha
Na sinfonia terrunha que Hernandez compoz na pampa
Um rapsodo levanta, que "es Fierro y es Viejo Pancho"
E neles a voz dos ranchos nesta guitarra que os canta.
E neles a voz dos ranchos nesta guitarra que os canta.

Não fui rei nem fui escravo e mandado nunca serei
Na noite mais negra eu sei, achar minha própria luz
E se jamais fui Jesus, também nuca fui um viscacha
Pois resumiu minha raça o brio de um sargento Cruz.
Pois resumiu minha raça o brio de um sargento Cruz.

Desse ancestral que eu fui, batizado na imensidade
Me restou a liberdade, deusa que eu amo e me acalma
Fulgor maior do que a Dalva, me dando lume e consolo
Para os quixotes crioulos, que ainda abitam minh'alma
Que ainda abitam minh'alma



Credits
Writer(s): Joao Sampaio, Diego Augusto Muller, Daniel Cavalheiro
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