A Sombra de um Homem

Nos grãos que ardem em meus pés
Duras léguas caminhadas
Sob o sol lambendo a fronte
Dor e espasmos postos à razão de andar

Aos topos montes cobrem o céu
Dunas já por tanto andadas
Porta-me tão pouco a mente em tangíveis formas
Tudo mais me ampara a carne já cansada

Aonde vou?
A quantos passos vou parar?
Aonde vou?
A quantos passos vou parar?

Sob o céu lambendo a areia
Posto ao sol a caminhadas
Portam as léguas duras formas
Dores pasmas mais me cansam a carne torpe

Intangíveis montes andam
Mentem, afrontam aos pés que ardem
Tanto as dunas tudo cobrem
Que tampouco amparam a razão já tão pouca

Aonde vou?
A quantos passos vou parar?
Aonde vou?
A quantos passos vou parar?

Há um homem nesta sombra de estranha dor
Colhida em campos de muitos grãos
Que juram sorte a um rosto estranho

Mas a sombra deste homem
Não o diz nefando ou sem máculas
Se traz com brio sua espada
Ou se esconde um cetro desleal

Por que crer nesta sombra que se move com o vento?
Eu quero voltar aa minha terra natal
Rever os meus que me esperam voltar
Poupar o tirano que me pôs aqui
Reviver a vida que um dia vivi

Onde estão minhas lembranças?
Onde enterraram o meu passado?
Temo esta sombra, sol, não vás
Dê um motivo pra eu caminhar

Ah, minha loucura

Temo esta sombra (sol não vás)
O sol me ofusca (onde estou?)
Dê um motivo (oh, meu Deus)
Dê uma caverna pra eu repousar



Credits
Writer(s): Marcelo Ramalho
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