Esculturas e Vultos I

Me olhou, uma sombra olhou pra mim
Tinha 1000 faces o seu rosto que não pude ver

Viu em mim, outra sombra viu em mim
Via 1000 faces do meu rosto que não pude crer
Sou a sombra que sente o desejo de sair do chão
Sou a sombra que leva uma pena nas mãos

Embalou-me nos seus braços
Aquela sombra virou pra mim, mas
Mostrou que havia uma vil forma
A sombra acenou pra mim, mas
Mexia-se em estranha dança
Havia 1000 gestos, tentei retê-los, não pude

Sombra apontou pra mim, mas
Seus longos dedos curvaram-se
A sombra mostrou pra mim, mas
Espinhos tampavam o caminho
Havia 1000 flores, estavam mortas a cobrirem o chão

Embalou-me nos seus braços
Tava tão frio que não consegui mais dormir
Sou a sombra na sombra de outro homem
Que quer escrever
Sou a sombra na sombra de outro homem
Que quer volitar

Havia 1000 braços, todos entravam em meu corpo
Sombra, gritou pra mim, mas
Calado não pude mais gritar pra sombra
Sorriu pra mim, mas
Trazia um sarcasmo nos lábios

Havia 1000 corpos, todos com entranhas que se viam
Sombra, jogou em mim, mas
Haviam apagado os papiros
A sombra chamou pra vir, mas
Pesavam as pernas tão gastas
Havia 1000 sonhos, todos rasgados que nem fossem meus

Embalou-me nos seus braços
Tava tão vivo que não consegui mais dormir em paz
Sou a sombra na sombra de outro homem
Que quer escrever
Sou a sombra na sombra de outro homem
Que quer volitar

Fez sinal
Uma flor fez um sinal
Estava tão calmo ali



Credits
Writer(s): Marcelo Ramalho
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