Espaço Mágico

Silêncio
Num claro instante em que se perdeu
Para ver doces mãos
A dançarem um tempo infinito
A riscarem uns versos no céu

Nem tava lá
Quando parou pra ver a moça dançar
Aprendeu com os deuses
E dos olhos fez brotar a vida
E do gesto, o amor que se refez

São fantasmas nas ruas
São fantasmas nas casas
Ocupando as ruínas
Que algum rei deixou

Não nas obras de arte
Nem nos altivos feitos
Mas nos simples trejeitos
Nos lugares comuns

Onde quer que se movam
As mãos, os olhos vão atrás
Onde a mente se encontra mais
Onde faz o amor surgir

Onde se deixa a dor cair
Onde se deixa o mal em si
Longe alma voou dali
No céu que ali parou

Estranho assim ficou quando tão perto viu
Há crianças fartas, pouco pão
Há papoulas nos jardins das ruas
Há um povo que esqueceu de ser

Tais doces mãos
A gotejar no céu, tão fortes cores
A dizer o que as palavras calam
Como Pollock a lembrar os loucos
Como o éter a trazer o gozo

São fantasmas nas ruas
São fantasmas nas casas
Ocupando as ruínas
Que algum rei deixou

Não nas obras de arte
Nem nos altivos feitos
Mas nos simples trejeitos
Nos lugares comuns

Onde quer que se movam
As mãos, os olhos vão atrás
Onde a mente se encontra mais
Onde surge o amor

Onde se deixa a dor cair
Onde se deixa o mal em si
Longe alma voou dali
No céu que ali parou

Onde quer que se fale
Onde quer que se ande
Onde se finda um instante
Onde o amor inda vale

Onde nunca desabe
Onde nunca se espante
Onde os livros na estante
Cujo as letras não falem
Estranho assim ficou



Credits
Writer(s): Marcelo Ramalho
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