Filosofia de Galpão

Sou quero-quero charrua
No posto de sentinela
Sou solidão de tapera
Abandonado ao desgosto

Sou o frio do mês de agosto
Que corta por dentre a alma
Sou o sanga mansa que acalma
Como cantiga de tropa

Sou a flor xucra que brota
Nalgum potreiro de estância
Sou trago que mata a ânsia
De uma saudade remota

Sou trago que mata a ânsia
De uma saudade remota

Sou lentidão de carreta
Que segue firme a jornada
Sou cruz solita de estrada
Que humilde pede uma reza

Sou domador que se preza
No capricho da sua doma
Sou tropilha redomona
Do galpão eu sou o esteio

Sou pingo mascando o freio
Sou briga de foice no escuro
Sou berro de touro puro
Demarcando seu rodeio

Sou berro de touro puro
Demarcando seu rodeio

Sou ginete garronudo
Tal qual um pelego atado
Sou um pealo de bolcado
Erguido por mão de mestre

Primavera que floresce
Trazendo alegria ao mundo
Sou silêncio mais profundo
Que antecede o ritual

Sou maneia trava e bocal
A filosofia campeira
Sou a charla galponeira
E a comunhão fraternal

Sou a charla galponeira
E a comunhão fraternal

Por fim sou o chão colorado
Solo pátrio que bem digo
Expulsei o inimigo
Soldado de além fronteiras

Que cobiçava minha bandeira
Por ganância desmedida
Sou medalha recebida
Por manobras bem montadas

Sou o toque de alvorada
De um clarim de chamamento
Sou carga de Osório e Bento
Pátria e querência abençoada

Sou carga de Osório e Bento
Pátria e querência abençoada
Sou carga de Osório e Bento
Pátria e querência abençoada



Credits
Writer(s): Jari Terres
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