Cartolinas Digitais

A Gente Nasce Para O Quê, Não Sei
Se Vive, Vive Não Sei Para O Que
E Morre Quando Pára O Que-Serei
E Pára Quando Morre O Pode-Ser
E Quando Morre Tudo Foi Pra Quê?
Terei A Cama Que Não Escolherei
E As Prostitutas Que Jamais Terei
Segundo Reza A Lenda E A Lei
A Gente Nasce Para O Que Não Sei
Barata Onça, Avô Barão Ou Rei
Avô, Barão, Barão Ou Rei
Irmão, Varão, Varão Ou Lady Que Virá?
Nem O Google Mago Saberá!
Avô, Barão, Barão Ou Rei
Irmão, Varão, Varão Ou Lady Que Virá?
Nem O Google Mago Saberá

Em Cada Clique A Claque Gritará
Em Cada Like Um Não-Tô-Nem-Aí
Como Se O Mundo Fosse Só Maná
Na Tela De Uma Grande Paraty
Em Cada Selfie Um Riso De Um Zumbi
Que Em Cada Face Dá-Se Aos Urubus
Como Se O Mundo Fosse Todo Um
Quando No Fundo É Muitos E Nenhum
A Ilusão De Mascarar O Pus
Quando Na Rede Dormem Todos Nus
Será, Serão, Uns Guaiamuns
No Fundo São, Serão Bonsais?
Todos São
Tolas Cartolinas Digitais
Será, Serão, Uns Guaiamuns
No Fundo São, Serão Bonsais?
Todos São
Tolas Cartolinas Digitais

Solo

Nos Mangues Segue A Saga Dos Siris
Dos Caranguejos Que Virão Gourmêts
Para O Deleite Desses Sashimis
Alguém Penou Nos Mares E Galés
Todos Os Bites Que Te Fazem Ver
Tantas Verdades Bidimensionais
Terão Por Trás Suores E Metais
E As Soldas De Um Semi-Escravo Chinês
Por Trás Do Frenesi Desses Cristais
A Vida Ainda É Como Ela É
No Atacama E No Sudão
Em Criciúma E Nas Gerais
Gentes São
Mais Que Cartolinas Digitais
Naquela Rua Ali De Trás
No Morro Em Frente, Lá No Cais
Gentes São
Mais Que Cartolinas Digitais



Credits
Writer(s): Emilio Pagotto, Luis Freyner
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