A Curva do Rio
Ficou
O meu navio sem lastro
As velas doidas no mastro
E o rastro do seu cheiro
A navegar na casa inteira E na marquise fatal
Me guio nos astros
De tanto canal, o claustro é total
Nas reprises
A ilha está tão deserta
A cama inerte e vazia
A alegria nos fios
A porta fechou, agora era só eu
Cabeça voa pra fora de mim
Cabeça voa pra fora daqui
Na maratona de séries sem fim
Cadência morna
Tô zen!
Virei um monge na marra
Hare guitarra
Meditando na chaleira
O fogo zune, a água ferve
Eu viajei no vapor
Sou parte do bolo
Sou nuvem de gás
Te encontro no astral das reprises
Sorvete espera no freezer
O vinho numa valise
Pipoca cria raízes
Se a net der pau, não falo mais por mim!
Cabeça voa pra fora de mim
Cabeça voa pra fora daqui
Na maratona de séries sem fim
Carência sonsa, nem faço mais som
Já enchi a pauta, tanta nota
Tanto acorde, tanta escala
E no final, só vejo a sala
Já nem sei se quero ir lá fora
Tanta cara, tanto doido suicida
Tanto mala
Já mudei os móveis de lugar
Já fiz lugares das gavetas ocupadas
E ocupei as prateleiras com vazios e origamis
Transformei em arma futurista
O aspirador star wars
E da vassoura, fiz a espada de Jedi
Na guerra ao pó
Já assinei milhões de manifestos
De baleias a saguis
Ameaçados pela gana do comércio insaciável
Pela fome seletiva dessa gente proativa
Portadora de ações bem lucrativas
Assisti a tantas lives
Que nem sei se eu não morri
Já solucionei todos os dramas do país
Já fiz a escória recuar dos seus projetos imbecis
Limpei o céu
Salvei a pobre da Amazônia
E a zona cabulosa de hospitais e UTIs
Tudo num clique, tudo num clique
Tudo num clique, clique
E todo mal se pôs a pique
Eu dei um like
Salvei o mundo, talvez não
Mas vai que vai que
Vi crescer no centro da nação nossas favelas
Nossas joias imperfeitas onde pulsa o coração
Que nos faz vivos, que nos faz fortes
Que vai nos libertar da tirania
Mas até lá, o que vai ser depois?
Vai ter depois?
Depois, depois da curva do rio
Vê meu navio, um trapiche, uma casinha
O meu delírio colhe o lírio de outro rock rural
Lareira no frio, você lê jornal
Eu toco violão e assobio
Cabeça voa
Cadê você?
O meu navio sem lastro
As velas doidas no mastro
E o rastro do seu cheiro
A navegar na casa inteira E na marquise fatal
Me guio nos astros
De tanto canal, o claustro é total
Nas reprises
A ilha está tão deserta
A cama inerte e vazia
A alegria nos fios
A porta fechou, agora era só eu
Cabeça voa pra fora de mim
Cabeça voa pra fora daqui
Na maratona de séries sem fim
Cadência morna
Tô zen!
Virei um monge na marra
Hare guitarra
Meditando na chaleira
O fogo zune, a água ferve
Eu viajei no vapor
Sou parte do bolo
Sou nuvem de gás
Te encontro no astral das reprises
Sorvete espera no freezer
O vinho numa valise
Pipoca cria raízes
Se a net der pau, não falo mais por mim!
Cabeça voa pra fora de mim
Cabeça voa pra fora daqui
Na maratona de séries sem fim
Carência sonsa, nem faço mais som
Já enchi a pauta, tanta nota
Tanto acorde, tanta escala
E no final, só vejo a sala
Já nem sei se quero ir lá fora
Tanta cara, tanto doido suicida
Tanto mala
Já mudei os móveis de lugar
Já fiz lugares das gavetas ocupadas
E ocupei as prateleiras com vazios e origamis
Transformei em arma futurista
O aspirador star wars
E da vassoura, fiz a espada de Jedi
Na guerra ao pó
Já assinei milhões de manifestos
De baleias a saguis
Ameaçados pela gana do comércio insaciável
Pela fome seletiva dessa gente proativa
Portadora de ações bem lucrativas
Assisti a tantas lives
Que nem sei se eu não morri
Já solucionei todos os dramas do país
Já fiz a escória recuar dos seus projetos imbecis
Limpei o céu
Salvei a pobre da Amazônia
E a zona cabulosa de hospitais e UTIs
Tudo num clique, tudo num clique
Tudo num clique, clique
E todo mal se pôs a pique
Eu dei um like
Salvei o mundo, talvez não
Mas vai que vai que
Vi crescer no centro da nação nossas favelas
Nossas joias imperfeitas onde pulsa o coração
Que nos faz vivos, que nos faz fortes
Que vai nos libertar da tirania
Mas até lá, o que vai ser depois?
Vai ter depois?
Depois, depois da curva do rio
Vê meu navio, um trapiche, uma casinha
O meu delírio colhe o lírio de outro rock rural
Lareira no frio, você lê jornal
Eu toco violão e assobio
Cabeça voa
Cadê você?
Credits
Writer(s): Emilio Pagotto, Luis Freyner
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