"MÃE, NASCI PARA SOFRER."

Nada em meu nome

Fado duro, menino de barro
Burro a olhar para um castelo
Se a cidade nomeasse o mais perdido, era eu

Jazo bruto tipo Baco
Língua a saber a papel
Se a ansiedade apresentasse o último modelo, era eu

Surdo, mudo, triste, baço
O coma é o meu quarto de hotel
Se esta casa vomitasse o filho do ventre, era eu

Vago, escuro, hirto, fraco
Corpo suspenso em cordel
Se esta voz enfim ecoasse, o fim do mundo era eu

Faz um arco, aponta longe
Sinto-me vago, muito amorfo
Sinto que estrago tudo em que toco
Gritas alto, fá-lo em sopro

Cria, cede
Fome, sede
Acabas entre o ser e o não ser

Lá veio ao mundo
Pálido e sujo
Filho de um bruxo que te avisa e teu amigo é

Tudo aquilo que eu toco morre triste e devagar
Traço um círculo à minha volta e apodreço quem entrar

Tenho o toque de merdas

Nada em meu nome



Credits
Writer(s): Miguel Afonso
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