A Vida Devia Ser Outra Coisa

Não valem as horas que o corpo entranha
A Liberdade com elas ganha
A alienação e o cansaço pesam
Ficam contigo, esses não tos levam

Ao corpo é dado um tempo para descansar
Um privilégio que andas a pagar
Pois o ânimo recuperado é apenas dirigido
À máquina feroz de onde sais combalido

A queda é longa e nas ondas baloiça
A vida devia ser outra coisa

Na esperança de uma reforma isenta
Lá luta o corpo contra uma nova doença
Descontado o valor e o vigor
Resta um tempo dedicado ao temor

A vingança é dura e o corpo serve-a fria
Da tentativa de ceder ao que a alma queria
Surge a mente e de igual forma perece em vão
Toda ela nasce e morre em solidão

A queda é longa e nas ondas baloiça
A vida devia ser outra coisa

No tímpano gasto ecoa o coração
Insiste cego apesar da rejeição
A carne segue pujante e indiferente
O pote leso do pior que a gente sente

Um amor sentido distrai o Homem da sua sorte
Embeleza o dia e menospreza a morte
À sua guisa encarada vê-se a vida
Altercada pela mortalha vestida

A queda é longa e nas ondas baloiça
A vida devia ser outra coisa



Credits
Writer(s): Duarte Saldanha
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