Ventos e Fantasmas

O vento (enorme e temerário)

Que torcia os troncos
Que gemia os galhos
Que em acrobacias
Desfazia o voo
Das aves tardias
Que tentavam pouso

O vento... o vento... o vento

Foi minguando lento
Foi cansando aos poucos
Foi-se recolhendo
Rumo ao fim dos tempos
Pôs seus paramentos
E virou silêncio

E aqueles fantasmas
Que davam risadas
Nos desvãos das grotas
Foram se escondendo
Foram se esfumando
Pela névoa afora

E o seu jeito bobo
De causar assombro
De fazer bravatas
Hoje até faz falta
Pra entreter as sombras
Dessas horas longas

Quando tu estavas
Eu sequer ouvia
Ventos e fantasmas
Tu me distraías
Com tua voz pausada
Com tua melodia

Mas chegou o dia
Em que tu partiste
E eu achei consolo
Na monotonia
Desses ventos tristes
De fantasmas tolos

Já nem sopram ventos
Já não vêm fantasmas
Resta a melodia
Desse fogo ainda

Mas o que hoje é brasa
Amanhã é cinza
O que hoje é brasa
Amanhã é cinza

Voltarão os ventos
Voltarão fantasmas
Mas o teu silêncio
Tudo silencia

E o que hoje é brasa
Amanhã é cinza
O que hoje é brasa
Amanhã é cinza



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