Pedra Da Memória

E quando me disseram que eu nunca chegaria em lugar algum
A música me levou pra lugares que, sinceramente
Eu nem queria, irmão (não)
Eu sei que eles preferem
Menos melanina na mão do mano que tá no mic'

Eu sei que eles preferem que eu diga que isso não existe
E eu só paro quando alguém gritar nocaute
Vamo lá (uh)

Eu posso ser um ataque ou um atabaque no coração
A questão é que se eu bato com música
Blindagem é decoração (shit)
Não tive pai
Herdei o ritmo do continente que a gente chama de mãe

Não tô pra ver esses cara pálida deturparem
A história de sangue, em champanhe
Genial
Tudo que eu faço

O que eles querem, tem no meu DNA
Não tem porque ficar lá fora
Do tipo que não paro agora
Bora!

Não vou deixar embranquecerem o que era nosso
Antes memo' deles terem essa ideia escrota
E é só porque eu posso? Não
É só porque o ritmo é nosso

E aráiye
Ode aréré óké
É òrisa elo
E oun Ofà Akueran

E aráiye
Ode aréré óké
É òrisa elo
E oun Ofà Akueran

Isso é sobre ser foda e lidar com não
Tanta porcaria tocando na cara
E a sensação de que o som tocaria
Se a cor da pele fosse um pouco mais clara

Eles sintetizam de forma anêmica
O que a gente produz em abundância, naturalmente
Meu sangue é só música, é solo fértil
Pra curar a mente

Uma vasta paz ou um precipício
Madrugadas e é claro que eu nem pisco
A joia tão rara que produzi um disco
Com parte da lasca que eu tirei disso

Uma benção, não isso é uma missão
Uma caça, uma flecha, uma visão
A diáspora viva, África livre
Acho que o nosso ritmo é reconexão



Credits
Writer(s): Caio Barbosa De Paiva, Felipe Kayode Delfino Arruda, Dropallien
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