Tristes Trópicos
Mande notícias de um futuro possível
Mando as lágrimas do agora
que é passado
O segredo mais triste que você podia me arrancar
É saber que ele, na verdade,
sempre foi.
Mande o sorriso mais feio
Sabendo que suas fotografias, por mais transparentes, reluzem.
Eu acendo uma vela
Resguardando o escuro que daqui, ecoa.
Eu escorro um minuto, você constrói um milênio
Essa neblina de frio nebuliza as paredes do meu quarto
Guardo uma lágrima debaixo do travesseiro
Estendo esse poema na janela
mesmo sem ser visto
Num prédio, num país não quisto.
Você tranca uma porta, eu abro uma fenda
Se sofrer é mercado, eu me ponho à venda
E mesmo não sabendo o caminho
me guio no vazio
de um sobre-viver sombrio.
Se esse é o recado que de ti recebo
De um tal futuro que já já vem
Então receba mal-passado o meu verso chorado
De um brutal Brasil-além.
"Súbito, o clarão vivo de um relâmpago, rasgando o céu,
mostrou ao caçador que se achava
a pequena distância da vila,
cujas casas, caiadas de branco, lhe apareceram numa visão
efêmera.
Mas pareceu-lhe
que errara de novo o caminho, pois
não vira a sua casinha abençoada, que devia ser a primeira
a avistar.
Com poucos passos mais
achou-se numa rua, mas
não era a sua.
Parou e pôs o ouvido à escuta, abrindo também
os olhos para não perder
a orientação de um novo relâmpago.
Nenhuma voz humana se fazia ouvir
em toda a vila; nenhuma luz se via;
nada que indicasse a existência
de um ser vivente em toda a redondeza.
Faro parecia morta.
Trovões furibundos começaram a atroar os ares.
Relâmpagos amiudavam-se,
inundando de luz rápida e viva as matas
e os grupos de habitações, que logo depois ficavam mais sombrios."
Mando as lágrimas do agora
que é passado
O segredo mais triste que você podia me arrancar
É saber que ele, na verdade,
sempre foi.
Mande o sorriso mais feio
Sabendo que suas fotografias, por mais transparentes, reluzem.
Eu acendo uma vela
Resguardando o escuro que daqui, ecoa.
Eu escorro um minuto, você constrói um milênio
Essa neblina de frio nebuliza as paredes do meu quarto
Guardo uma lágrima debaixo do travesseiro
Estendo esse poema na janela
mesmo sem ser visto
Num prédio, num país não quisto.
Você tranca uma porta, eu abro uma fenda
Se sofrer é mercado, eu me ponho à venda
E mesmo não sabendo o caminho
me guio no vazio
de um sobre-viver sombrio.
Se esse é o recado que de ti recebo
De um tal futuro que já já vem
Então receba mal-passado o meu verso chorado
De um brutal Brasil-além.
"Súbito, o clarão vivo de um relâmpago, rasgando o céu,
mostrou ao caçador que se achava
a pequena distância da vila,
cujas casas, caiadas de branco, lhe apareceram numa visão
efêmera.
Mas pareceu-lhe
que errara de novo o caminho, pois
não vira a sua casinha abençoada, que devia ser a primeira
a avistar.
Com poucos passos mais
achou-se numa rua, mas
não era a sua.
Parou e pôs o ouvido à escuta, abrindo também
os olhos para não perder
a orientação de um novo relâmpago.
Nenhuma voz humana se fazia ouvir
em toda a vila; nenhuma luz se via;
nada que indicasse a existência
de um ser vivente em toda a redondeza.
Faro parecia morta.
Trovões furibundos começaram a atroar os ares.
Relâmpagos amiudavam-se,
inundando de luz rápida e viva as matas
e os grupos de habitações, que logo depois ficavam mais sombrios."
Credits
Writer(s): Inglês De Sousa, J.p Schwenck
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