O Grande Último Manifesto

São três atos da mesma peça onde eu sou o personagem
Contei minha história
Em prosa e verso, fiel à realidade
Lembrei momentos e previ futuro na mesma mensagem
Sem esconder minhas verdades mas me diz o que que tu sabe

Ou melhor, o que que tu entende
Ou melhor, o que que tu sente
Tando pro espelho de frente que não reflete uma imagem

Público bom é carente
Toda vez eu me sinto covarde
Pra minha mãe eu ligo tão pouco
E meu pai merece um abraço

Eu queria ser grande mas como
Ó o espaço que guardam
Se eu vacilar e baixa a guarda
Me põe no fundo do poço

Arte é suor
No olho arde
Eu sou todo fogo
Meu tom é rouco pois nenhum grito é ensaiado

Tudo é sincero e isso não faz diferença
Tentando ser honesto eu assinei minha própria sentença
Cabeça no sucesso
Progresso é tão lento
Se eu pudesse avisava o Éder pra sair à tempo

Se tivesse mais chance eu alertava o Fill que é foda
Lidar com as expectativas sendo de Pelotas
Meu estado mata muito mais que policiais na ronda
Eu tô tentando recuperar de volta nossa memória

Mas eu não sei se eles me ouvem lá
Menos mal que meus vícios me isolam
Temo que meu filho não goste de como o pai se comporta

Sempre comprando algum tênis
Cheio de prata nos dentes
Uma gaveta cheia de joias
Olhar vazio que incomoda

Observo a sorte dando as costas
Zilla não é líder
Fugiu de si mesmo e gritou foda-se não é comigo
Dinheiro me botou em outro nível
Mas então me explica porque a solidão ainda é prêmio

Não quero parecer mórbido
Nem introspectivo
É que me sinto como o Birdman de Michael Keaton

A vida boa me afastou dos parente
A vida loka me afastou dos amigo
A vida é puta e quer fuder comigo
A vida dura bateu firme e eu sigo
A vida é 30 segundo com filtro que clareia pele em algum aplicativo

Ainda morremos e matamos por nada
É só controle de massa
Nós entrega
Já engatilhada a arma na mão do racista

Qual pretensão resiste quando o sonho é só ter o mínimo
Que ambição não bote um ponto final no meu caminho
Eu tô com as costas no chão e as cartas erradas na mesa
Tô apostando a vida e não há quem me vença

Porque esse é o grande
Último
Manifesto



Credits
Writer(s): 808 Luke, Zudizilla
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