Pareidolia do Ponto Azul

No Retrato da Família de viajantes
Visível desde a mesa de jantar
Num ângulo novo e lindo
Seis se viam a dançar
Com dois sumidos com o próprio sol a ofuscar

Por pouco escapamos cambaleantes
Se bem nos concentramos vemos sorrisos em cada lar
Sei que é bem difícil
Mas que ideia linda de se imaginar
Descobrir em cada mancha um borrão pra entressonhar

Entre verdes, amarelos e vermelhos
Não há uma só alma que não tenha convergido lá
E em algum hiato doce
Encontrado sorriso pra compartilhar
No Ponto Azul uma pareidolia secular

Todo primeiro encontro
E as segundas intenções
E as terceiras gerações
E as quatro estações
E todas as nossas invenções
Todas as nossas invenções
Foram gestadas pelo nosso coletivo singular
Por que essa distância
Se a solidão nos faz minguar
Por que essa distância
Se a união nos faz brilhar



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