Carta de Oz Sobre um Mundo Maravilhoso

Enquanto o sol não se perdeu
Enquanto o mar não for só meu
Espero que o tempo possa aceitar
Mais um recorte pra recordar

A lembrança que o tempo ainda não coalhou
A dor quase alegre que me recobrou
Um bolo francês numa taça de chá
Escrevi nesta carta pra registrar

São memórias que eu reconstruo à mão
Enquanto você ilustra com o coração
Aceitar não tê-las ao respirar
Abre alas para as imaginar

Recortes indulgentes podemos combinar
Com retalhos florescentes de um pulsar
De uma relação que a Natureza teima em encurtar
E que a saudade leva a recriar

Para além da coalhada daquele jantar
Podemos lembrar muito mais do que viu
Por muito mais do que o tempo que nos fugiu

Então que possamos imaginar
Recriar muito mais que o real
Então que vejamos a Aurora Austral e a Aurora Boreal

Passando por nuvens iridescentes
Arco-íris em cascatas comoventes
Em uma paisagem surreal com noctilucas logo depois do Carnaval

Podemos ter visto o balé das Monarcas
Ao som de um coral de Jubartes e Orcas
Dançando por nós aos 12 segundos de um farol

E, quando a Lucidez surpreender
Que saibamos logo apreender
A beleza singela de observar
Um pouco do que puder agradar

As altas árvores de copa verde
Quadros de rosas vermelhas em sua parede
Céus azuis e amigos a se saudar
Perguntando como vão ou a se apartar

Ou o choro saudável dos bebês
Que com o avô poderão crescer
Ver a sorte que é poder desfrutar
E aprender sobre como envelhecer

Enquanto o sol não se perdeu
Enquanto o mar não for só meu
Espero que o tempo possa aceitar
A esperança de poder nos reencontrar



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